Rayara Galeno da Silva, 21 anos, estudante do 6° período do curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus Imperatriz, participa, até 29 de fevereiro, do Programa Bolsas de Verão (PBV31º), em Campinas (SP).
Ela integra, desde o dia 5 de janeiro, a ação promovida, anualmente, pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O principal objetivo do Programa é difundir ciência e estimular jovens estudantes a seguirem carreiras científicas e de desenvolvimento tecnológico.
Ela foi selecionada, juntamente com cinco estudantes da Colômbia, Equador, Guatemala, Peru e Argentina e outros 26 de todas as regiões do Brasil. Cada um possui experiências diferentes e realizam trabalhos em várias áreas. “Poder compartilhar isso uns com os outros é uma chance de continuar crescendo e trazer novas ideias para as nossas universidades e instituições quando retornarmos”, afirma Rayara.
A seleção foi feita com base no desempenho acadêmico, na participação em atividades de monitoria e iniciação científica, além dos argumentos expressados na carta de motivação e a referência feita por professores e orientadores na carta de recomendação.
“Como eu não tenho experiência com monitoria e nem atividades experimentais na área da física, na minha carta de motivação eu comentei sobre os projetos de extensão que participei, o que pode ter me ajudado na seleção”, avaliou a estudante.
O desafio de cada estudante é desenvolver um plano de trabalho no âmbito de um projeto de pesquisa proposto por pesquisadores do CNPEM e apresentar os resultados na forma de seminários e de relatório final de pesquisa. “Estou desenvolvendo o meu projeto no Laboratório Nacional de Nanotecnologia e irei usar uma das linhas de luz do Sirius, sob a orientação de pesquisadores das duas unidades”, informou. “É uma experiência surreal, que eu nunca poderia imaginar e tenho certeza que vai agregar muito às minhas habilidades e escolhas futuras na minha vida profissional”, ressaltou.
Somente quando as atividades foram iniciadas no campus do CNPEM é que foi revelado o nome do projeto, os orientadores e em qual unidade do CNPEM cada participante iria trabalhar. “Receber a notícia que eu tinha sido selecionada foi uma grande surpresa, uma emoção muito forte que continuou até chegar em Campinas, pois eu não sabia com o que eu ia trabalhar”, prosseguiu. “Era tudo muito novo e eu só acreditei mesmo quando estava embarcando no avião”, pontuou
“Está sendo tudo muito novo e surpreendente participar do programa”, disse. “É uma oportunidade ímpar poder trabalhar sob a orientação de pesquisadores e especialistas do CNPEM e desenvolver projetos que contribuam para a ciência. Estou muito animada com as próximas semanas”, destacou.
Ela e os demais participantes já conheceram todas as unidades do CNPEM, os Laboratórios Nacionais, incluindo o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), e a Ilum – Escola de Ciências.
O LNLS é o primeiro do Hemisfério Sul a reunir as competências técnicas necessárias para trabalhar com essa tecnologia. O LNLS abriga o Sirius, fonte de luz síncrotron de quarta geração, planejada para ser uma das mais avançadas do mundo. O acelerador de partículas tem 235 metros de diâmetro e emitância de 0,27 nanômetros-radianos. Trata-se da maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil e abre perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, ciências ambientais e muitas outras.
Quem é Rayara Galeno ?
Rayara cursou o Ensino Técnico integrado ao Médio no IFMA Campus Imperatriz e concluiu o curso Técnico em Edificações há quase três anos. Ingressou no curso de Licenciatura em Física, no mesmo campus, ainda em 2021.
Desde então tem se envolvido com pesquisa científica, projetos de extensão (De olho no céu) e de ensino (Reforço Escolar de Ensino de Física) desenvolvidos no campus. Ela também atua como membro do Centro Acadêmico de Licenciatura em Física e do Clube de Astronomia Órion Sirius (CAOS). Lá, ela e outros participantes realizam constantes observações do céu noturno com a participação de estudantes das escolas do município e da comunidade.
Ela costuma aproveitar o seu tempo livre com atividades de crochê, costura, apreciação de doramas e animes. “Apesar de me envolver muito com as atividades acadêmicas, ainda penso em passar momentos com meus amigos e família, pois isso me ajuda a descontrair e deixar meus pensamentos mais leves”, destacou. “ Meus pais sempre apoiaram minhas irmãs e eu nas nossas decisões, então sempre tivemos uma base sólida em casa, o que me ajudou ainda mais em estar me desafiando constantemente em coisas novas”, assinalou.
E o futuro? “Pretendo continuar aproveitando as oportunidades que surgem e planejo continuar a contribuir significativamente para a comunidade científica, aliando isso ao meu comprometimento na sala de aula”, finalizou.