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Evento no campus do IFMA, Centro Histórico, debate gênero e violência na arte e na mídia

Simpósio realizado pelo programa de especialização em Arte, Mídia e Educação propõe reflexões sobre imagens recortadas da arte e da mídia em diversos contextos

Por: Assessoria de Comunicação - IFMA

Questionar os próprios modos de ver em relação aos estereótipos e às violências de gênero, nas representações e na realidade. Essa é a principal proposta do Simpósio “Problematizando Olhares Coniventes: Gênero e Violência na Arte e na Mídia”, que ocorrerá no dia 14 de dezembro (segunda-feira), das 19h às 22h, pela plataforma virtual Google Meet. O evento é uma realização do programa de especialização em Arte, Mídia e Educação do campus do IFMA no Centro Histórico (São Luís). (Ver programação e link para inscrição no fim da matéria.)

Segundo o professor Diêgo Jorge Lobato Ferreira, que coordena a Especialização e o evento, a questão de como romper com a cumplicidade do olhar encontra seus primeiros passos justamente ao ser problematizada. Dessa forma, o Simpósio propõe viabilizar essa desconstrução, a partir da proposição de reflexões a respeito de imagens recortadas da arte e da mídia oriundas de contextos diversos.

O coordenador considera ser possível afirmar que imagens relegando às mulheres o papel de meros objetos com a finalidade de atender aos desejos masculinos se tornaram banais no decorrer da história, assim como imagens em que elas sofrem violências praticadas por figuras masculinas, sendo abundantes as representações de mulheres sendo perseguidas, subjugadas e até mesmo mortas.

“As abundantes representações do corpo feminino objetificado na arte que conhecemos hoje foram por muito tempo acompanhadas de poderosos entraves à inserção das mulheres como artistas”, argumenta Diêgo Ferreira. Ele explica que o ato representacional era incumbência quase que exclusivamente masculina, perpetuando uma visão parcial sobre as mulheres e seu lugar no mundo. “Considerando as tradicionais representações sensuais do corpo feminino como indissociáveis do olhar preferencialmente masculino aos quais estas eram endereçadas, é notório que essa configuração social e simbólica que atribui às mulheres o lugar de objeto de desejo e apreciação sobreviveu à passagem do tempo”, observa ele, ressaltando que os rastros são facilmente verificáveis na sociedade e na mídia contemporâneas, o que evidencia a construção simbólica do gênero como reflexo de sua construção social.

Para o professor, ao abrir um livro de história da arte, é quase certo deparar com alguma representação de “rapto”, e ao ler o texto que a acompanha, é muito provável que os comentários ignorem completamente esse aspecto da imagem, focando muito mais nos méritos do artista e na qualidade estética da obra. “Decerto, imagens muito mais aterradoras, por vezes embasadas na realidade ou a expondo, foram e ainda são produzidas e reproduzidas. Frente a essas imagens, no entanto, a sensação de empatia muitas vezes não é a primeira reação despertada em muitos espectadores”, conclui, afirmando que a anestesia do olhar ou o prazer escópico são facilmente verificados.

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